terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

REQUIÉM PARA UM CORAÇÃO FRACO

havia recostado a cabeça em seu ombro,
num gesto cansado e indefeso,
fechou os olhos e sentia o sangue dela correr pelas veias,
invadir o peito e explodir o coração em batidas ritmadas.

sentia o seu corpo receoso a cada explosão
um medo inconsciente

sabia que a partir daquele momento
não seria mais capaz de sobreviver sozinho,
não tinha sangue, nem veias, muito menos coração
que fossem capazes de provocar uma explosão daquele jeito

o bater do peito dela,
e a cabeça desejando recostar àquele ombro nu todos os dias.