sábado, 22 de junho de 2013

no canto do olho, a menina dança

um salve a você que comprou todas as brigas - as suas e de outros, que muitas vezes mal conheceu -, que deixou o bonde passar, o baile rodar e deixou a vela derretendo no prato perdido em preces e cercado por relicários (a quais santos mesmo?).
um caloroso abraço a você que promete, finge, foge. você, cagão pela própria natureza, que baixou a cabeça e seguiu em cadência miúda, mínima, tão pequenininho. a você que prefere sentar à borda e analisar a profundidade da água e analisar a queda antes do mergulho de cabeça, que evita o cansaço da tentativa e que se perde em miudezas e pequenezas por entre mesas de bares e que brinda o brinde alheio.

a todos os dias bem (e mal) vividos. os amores sentidos e transados, às peles que cheiramos, aos pelos que arrepiam. também cigarros fumados, copos sorvidos e dias perdidos. aos livros lidos, aos perdidos, emprestados. amigos que foram, outros que vieram e os que deixamos partir quase que numa sensação de morte-viva.

o melhor brinde é ao oxigênio inalado, que ainda inunda seu pulmão de vida, quase num afogamento a seco. melhor é respirar, sentir por todos os poros que se possa sentir, esquecer dos poros desperdiçados, do oxigênio transmutado em carbono que sai de nós, morto. respira, puxa a cadeira, roda a baiana.