sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Devaneios sobre castelos, sarneys, senadores e sobre o meu bolsa-família!

Parece inacreditável o que vem acontecendo no Senado Federal. Todos sabem das falcatruas da família Sarney, mas parece que todos ali também estão encrencados até o pescoço e, com medo de que as coisas possam se espalhar, pedem uma pizza gigante e fica por isso mesmo. A única divergência deve ser só o sabor da pizza e quantidade de convites que cada um quer para ir à pizzaria e poder levar toda a sua família e trupe a tiracolo. Nada que um ato secreto, anulado e dias depois "desanulado", não possa resolver.

As palavras mudam de conceito e até o que parece imutável, como o conceito de "irrevogável", muda da noite para o dia. Afinal de contas, mais vale a camaradagem de longas datas do "companheiro Luís Inácio" do que a integridade e a ombridade de um Senador Da República (das Bananas, Mulatas e Samba) Federativa. E os companheiros que elegeram os companheiros que estão lá? Ficam sozinhos e nem se incomodam ao verem seus companheiros - os de lá e que só vem pra cá de quatro em quatro anos - mudarem de time e de opinião. Parece que nas eleições nós fazemos parte de um grupo gigante, lindamente unido por um ideal maior, conceitos e ideologias nas quais insistimos em acreditar e que, após as eleições, estamos sozinhos. Jogamos nós, pobres mortais, contra super-heróis da república-tupiniquim e, é claro, nós perdemos de goleada! "Mas é sempre um grande prazer fazer parte deste grupo, o mais importante é mesmo competir. Agora temos que erguer a cabeça e pensar na próxima eleição, digo, partida", afirmou ainda ofegante um dos artilheiros do nosso time após a derrota na eleição passada.

E quando tudo parece finalmente caminhar para a obscuridão e para o esquecimento, aparecem 7 senadores que resolvem impetrar (hoje, 28/08/2009) mandado de segurança no STF contra a decisão do Conselho de Ética que arquivou todos os processos contra o José Sarney (digno de honrosas homenagens - ainda vivo -, hospitais, escolas, rodovias, creches e até mesmo uma cidade do interior maranhense já receberam o seu nome), que é cidadão maranhense mas é senador eleito pelo estado do Amapá. Será que é isso mesmo? Será que foi arquivado? Quem é mesmo o presidente da câmara dos deputados? E do senado? Mas ainda bem que eu não votei em nenhum deles, ou será que votei? acho que tô confundindo tudo, o que quis dizer mesmo é que o Maranhão é lindo e que quero passar minhas férias de verão pelas bandas de lá, ou será que fui nas férias passadas?

Acho que eu queria, nas minhas próximas férias, conhecer aquele castelo de pedras do Edmar Moreira (ex-corregedor da câmara), passar uns dias lá com a patroa e com os meninos. Aquilo é que é vida, aquilo é que é um homem honesto! Aquilo é um castelo! "Um castelo?! Que coisa mais cafona", disse alguma entendida em castelos na TV outro dia. Também achei, concordei imediatamento com a moça do vídeo, e passei a achá-lo bem cafona desde então.

A culpa pode ser minha, pode dar ela pra mim. Aprendi com o meu partido que eu não preciso ter vergonha de nada! Tudo vai ser esquecido e toda imagem comprometedora gravada nas dependências do Palácio será apagada, deletada e devidamente esquecida caso eu precise de alguma dose de esquecimento do backup do governo. (Palavra bonita essa: 'backup'. E olha que eu nem sei o que ela significa).

Só pra deixar bem claro, faço minhas as palavras daquele senador que dizia estar pouco se lixando pra opinião pública (lembram dele? Vou audjudá-los, tá? É o Sérgio Moraes, senador do Rio Grande do Sul pelo PTB)... Afinal de contas, eu quero mesmo é saber quando que o meu time vai jogar, qual é o reajuste do Bolsa-família nesse ano e como que eu faço pra votar no Lula da Silva de novo!

Saudações brasileiras, meu povo brasileiro!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

a arte de adoecer

nunca consegui compreender direito o meu corpo. há pessoas, alguns amigos meus, que dizem sentir o limite do corpo, como se este fosse uma máquina e o dono da máquina, do corpo, fosse assim uma espécie de gerente. consegue gerir a máquina, bricar entre os limite e o descanso total. nunca consegui sequer acreditar nessa capacidade, sempre achei meus amigos, e as pessoas também, antes de tudo mentirosas. o meu corpo sempre foi bem independente de mim, formamos por alguns anos uma boa parceria, mas de uns tempos pra cá a máquina não cvonsegue acompanhar a mente... é como se houvesse uma defasagem entre a evolução dos dois. minha filha diz que é culpa do cigarro, e que se não fossem os 35 anos de fumaça correndo pelos pulmões eu teria uma velhice bem mais agradável. ela diz que eu poderia viver mais e melhor. certo que até poderia viver mais, mas tenho minhas dúvidas se viveria melhor. melhor em que? poderia fazer caminhadas lentas assim que o sol nascesse. quem sabe sentiria menos dor física, duvido que a ausencia do cigarro curasse as chagas que trago na alma e dentro do peito. fato é que sei que morrerei em breve, acho que é a primeira vez na vida que tenho pressa, vontade que o tempo passe logo e que chegue a minha hora. não sei o que vai acontecer com minha essência, se vou para o céu ou para o inferno, mas a minha carne, o meu corpo, eu quero que sea enterrado no cemitério são joão batista, a cova pode ser funda, quero que a umidade me poupe deste calor que enfrentei todo o tempo em que estive vivo, com exceção dos tempos que passei na europa. não precisa haver anjos por cima do meu túmulo e as flores podem ser de plástico. no meu epitáfio escrevam: "viveu, amou e foi feliz", o réquiem pode ser uma balada da rita lee, abram uma cerveja e brindem gritando meu nome. não se esqueçam de me leogiar bastante, o quão grande homem eu fui e todas esses adjetivos que se usam quando alguém morre... e depois me deixem em paz! vou fumar um último cigarro antes de dormir e da tosse chegar.


daniel